Vida real e um sucesso de bilheteria

Karoline Gebrael, 34 anos, International Theatrical Media Specialist na Universal McCann. Como chegou até aqui? Se reinventando, como ela costuma dizer. Uma profissional de mídia que passou por muitos lugares e histórias de sucesso.

McCann Erickson, Banco Itaú na África Publicidade, UOL, Abril, Guaraná Antarctica e C&A na DM9, parceria entre Paris Filmes e Sukita, com o filme Crepúsculo, desenvolvimento do primeiro canal de moda do Youtube para a C&A, lançamento do Guaraná Açaí, Johnson & Johnson Brasil e Latam, e ainda pós-graduação em Marketing, em Grenoble na França. Ufa! Uma jornada com caminhos fora do roteiro, mas com final feliz. Pelo menos até que estreie mais um blockbuster em sua vida.

BRP: Da área de mídia para o mundo da sétima arte. Por que escolheu estudar cinema?

Karol: Tudo começou quando eu estava trabalhando com publicidade e tive um sentimento que meu trabalho ajudava apenas pessoas a consumirem produtos. Por mais que atrás de uma compra de um produto existe uma felicidade, um desejo saciado, eu sentia que poderia fazer mais. Foi aí que tive a ideia de fazer a campanha “Melhor amigo do Melhor amigo” do Guaraná Antárctica, junto com o Clube dos Vira Latas. Foram diversos cachorros adotados e o Guaraná Antarctica doou 10 toneladas de ração. A relação com o cinema foi porque sempre gostei muito de assistir os créditos extras depois do filme para saber como foram feitas as cenas, o behind the scenes, e essa curiosidade, virou um hobbie, onde fui estudar para ser filmmaker na AIC (Academia Internacional de Cinema) e não consegui parar mais. Queria desbravar onde era a terra de cinema e vim para Los Angeles, para continuar os estudos e tentar fazer a combinação de entreter pessoas com a mídia, pois, com certeza, você sai de uma sala de cinema diferente de como você entrou, mesmo se o filme foi péssimo. Algum momento você sentiu ou pensou em algo que nunca havia experimentado.

BRP: Como foi esse caminho, saiu tudo como planejado ou teve que mudar o “roteiro” durante o percurso?

Karol: Saiu tudo diferente de como eu queria, mas com o resultado final que eu desejei no momento do meu primeiro pensamento de vir aos EUA. Os obstáculos não foram grandes, foram gigantescos, ao ponto de eu me perguntar diversas vezes o porquê eu insistia, porquê eu continuava. Mas a resposta era clara, eu não desistiria até atingir o objetivo final que seria trabalhar para um grande estúdio de cinema em Hollywood.

BRP: Como chegou até a Sony Pictures? Sempre foi uma meta na sua carreira?

Karol: Eu estudei na UCLA, Business and Managment for Entertainement, onde focava entender o lado de negócios da indústria de filmes. Lá, tive contato com pessoas que trabalhavam para grandes estúdios, como Paramount, Universal, Fox e Sony Pictures.

Meu encontro com a Sony começou a ter muita sincronia, eu comecei a conhecer mais pessoas e sem querer tendo uma afinidade maior com elas. Um dia meu GPS me mandou para uma rota nova quando estava indo para a UCLA e eu comecei a me imaginar dentro da Sony, até que quando comecei a procurar emprego, essa vaga caiu no meu colo e era para trabalhar para a Sony Pictures com mídia.

BRP: O que te move para continuar no caminho que escolheu?

Karol: As pessoas que eu conheci, pois quando você mora fora, na maioria das vezes, vem sozinho e não tem família. Então seus amigos daqui acabam virando sua família. Fora que acho que estou mais próxima de algumas pessoas da minha família e alguns amigos.

Tudo que venho aprendendo, me faz sempre querer mais. Temos que aceitar e ter a positividade de que algo melhor está por vir.

BRP: Quais as maiores dificuldades e as maiores recompensas até agora?

Karol: Acho que as dificuldades foram passar por situações complicadas, de emergência, e não ter ninguém por perto. Aquele momento que seu inglês vira um mix de Português, Espanhol e Portunhol.

As maiores recompensas foram as vitórias. Com certeza, foi esse resultado final de conquistar o objetivo. O de não ter desistido nem na primeira, nem segunda e nem na terceira queda.

BRP: Você tem uma posição estratégica dentro da Sony. Você tem a noção disso ou ainda acha que está sonhando?

Karol: Eu tenho, pois trabalho para quase 20 países e um deles é o Brasil. Ajuda muito eu ser brasileira e saber muito sobre a cultura e como trabalhamos no país.

Por ter viajado e ter estudado em outros países, todo contato que eu tive com pessoas de lugares diferentes, sempre me ajuda hoje a respeitar e entender as diferenças de cada cultura. Fora que a experiência com mídia no Brasil conta muito com esse cargo. Sou muito grata por toda essa combinação.

Acho que é uma mistura, toda vez que entro na Sony, já sou muito bem recebida ali na portaria, com sorrisos e a sensação de chegar em casa. Muito bom. É um sonho mesmo, precisa ser aproveitado enquanto temos a oportunidade.

BRP: Como é esse desafio?

Karol: Dia após dia, um lançamento após o outro e a alegria de poder influenciar países que estão do outro lado do oceano e saber que você está fazendo alguma diferença.

BRP: De quais ferramentas você faz uso para o gerenciamento?

Karol: Usamos Sizmek para o gerenciamento global de todas as campanhas. E bastante Skype Business, para os calls diários com os países.

BRP: Como é unir cinema e mídia?

Karol: Fantástico! É unir o útil ao agradável. É poder ver que o seu trabalho influenciou pessoas em diversos lugares do mundo. É trabalhar com uma estratégia completamente diferente da publicidade, onde os planos de mídias podem ser cortados ou ter um investimento alto de uma hora para outra para alavancar as vendas nas bilheterias. É assistir filmes muito antes de saírem para a rua, e até mesmo ainda não finalizados para assim poder informar cada território, podendo dar alguma dica do que poderia ser de melhor adequação em termos de mídia.

BRP: Pode contar quais seus sonhos agora e quais serão os próximos passos para colocá-los em prática?

Karol: Meu sonho seria sempre trabalhar com mídia e de alguma forma cada vez mais criativa e com mais contato tecnológico, realidade aumentada, realidade virtual faz meus olhos brilharem também. Sem se esquecer de games. Qualquer coisa que seja outside of the box, me motiva.

Acredito que os próximos passos são: estar em constante movimento, network é superimportante, estar antenada e participar de tudo que seja relevante. Isso sempre abre mais portas para o novo.

BRP: Como você vê o seu futuro daqui uns 20 anos?

Karol: Boa pergunta. Com certeza desejando que eu e as pessoas ao meu redor tenham muita saúde mental e física. Pois sem elas, não vamos a lugar nenhum. Que a minha vontade de explorar sempre seja ativa, pela curiosidade, por desejar sempre inovar, ser pioneira e inspirar pessoas. Tentar ser uma pessoa melhor para quem está a minha volta. Sem ter coisas boas dentro de você, não dá para desejar uma carreira esplêndida, pois as coisas mudam de uma hora para outra. Às vezes planejamos uma coisa, mas já tem algo reservado para você em outro lugar.

Bem complicada essa pergunta, hehehe.

Uma apaixonada por mídia que segue na carreira internacional em busca do melhor para o profissional, mas sem deixar em segundo plano o lado humano da vida.

One Reply to “Vida real e um sucesso de bilheteria”

  1. Admirável buscadora dos próprios sonhos!!! Ser humano incrível. Tenho muita admiração por você e suas lutas. O que vc plantou, agora colhe com louvor.
    Paz e Bem

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